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- Jenny Flores
O Observatório Rubin abre os olhos para o universo
Das alturas do Cerro Pachón, na região de Coquimbo, no Chile, o Observatório Vera C. Rubin acendeu uma nova era para a exploração do cosmos da América do Sul. Nas primeiras dez horas de teste, seu poderoso telescópio detectou 2.104 asteroides nunca antes vistos, incluindo sete próximos à Terra, juntamente com milhões de galáxias e estrelas que permaneceram ocultas.
Esta façanha foi possível graças à sua revolucionária câmera digital de 3.200 megapixels, a maior já construída, capaz de capturar imagens sem precedentes do céu em ultra alta definição. A conquista representa um ponto de inflexão para a astronomia global e consolida tanto o Chile como a América Latina como protagonistas na criação do conhecimento científico.
O observatório recebeu seu nome da astrônoma americana Vera C. Rubin, pioneira na busca de evidências conclusivas sobre a existência de grandes quantidades de matéria invisível, conhecida como matéria escura. A iniciativa é financiada pela National Science Foundation (NSF), ou seja, a Fundação Nacional para a Ciência, e pelo Department of Energy (DOE) dos Estados Unidos, ou Departamento de Energia. Além disso, é impulsionada em colaboração com o National Optical-Infrared Astronomy Research Laboratory (NOIRLab) -Laboratório Nacional de Pesquisa em Astronomia Óptica e Infravermelha-, o SLAC National Accelerator Laboratory (SLAC) -Laboratório Nacional do Acelerador SLAC- e a Association of Universities for Research in Astronomy (AURA) -Associação de Universidades para a Pesquisa em Astronomia-, entre outras instituições internacionais.
Graças ao seu espelho primário de 8,4 metros e seu avançado sistema óptico de três espelhos, o observatório poderá escanear todo o céu austral a cada três ou quatro noites, capturando em cada imagem um campo visual equivalente ao de 45 luas cheias. Está previsto que no final de 2025 o observatório inicie seu Legacy Survey of Space and Time (LSST), o que significa que irá escanear o céu austral regularmente durante dez anos, gerando alertas em tempo real de fenômenos astronômicos que podem ser seguidos por observatórios e equipes científicas em todo o planeta.
Uma vez em pleno funcionamento, irá gerar cerca de 500 petabytes de dados ao longo de uma década, o que permitirá mapear mais de 20.000 milhões de galáxias, descobrir até 1,4 milhões de novos objetos do Sistema Solar e detectar fenômenos transitórios como supernovas ou asteroides potencialmente perigosos.
O Observatório Rubin será a mais eficiente máquina de descobertas do sistema solar em toda a história da humanidade. Todas as noites, ele captará milhares de imagens do céu austral, cobrindo-o completamente e revelando milhões de asteróides, cometas e objetos interestelares nunca antes observados.
Assim, mudará completamente as estratégias de defesa planetária e abrirá a porta para descobertas que impactarão a ciência por décadas. Além disso, a qualidade e a quantidade de imagens fortalecerão a defesa planetária ao duplicar o número de asteroides próximos da Terra que podem ser detectados, permitindo identificar um maior número desses objetos e calcular seus possíveis impactos com anos ou mesmo décadas de antecedência. Por isso, o observatório foi classificado pelos especialistas como uma ferramenta fundamental para entender melhor nosso ambiente e nos preparar para eventuais ameaças cósmicas.
Esta instalação também é fundamental para a América Latina, já que, com ela, o norte do Chile concentrará cerca de 70% da capacidade terrestre de observação astronômica. Sua implementação inclui um programa educacional e de divulgação para públicos e escolas em toda a região, que oferecerá recursos em espanhol e inglês e uma plataforma interativa para facilitar o acesso aos resultados.
Em seu primeiro ano, o Observatório Rubin coletará mais dados do que todos os outros observatórios ópticos juntos, oferecendo aos cientistas um recurso inigualável para investigar o Universo. Para saber mais sobre este projeto, baixar materiais educacionais e mais: visite o site do Observatório: